Soneto da superstição
Pula o muro, quebra o galho da arruda
Arranca sete folhas de guiné
De comigo-ninguém-pode e se cuida
Porque o mal do amor não chega a pé
Ah! A tristeza cavalga nua e a pelo
No lombo arisco de um corcel selvagem
À tua procura. Pois faça o teu apelo
Porque a dor vai deixar de ser miragem
Reza com fé pro teu santo mais forte
Acenda uma vela para sua sorte
E se esconda lá debaixo da cama
Não adianta gritar implorar rogar
O mal do amor está para chegar
E vai matar de desejo quem ama.
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