Soneto da saudade vermelha
Tenho saudade do sítio vermelho
Onde o mato tinha cor de batom
E um casal de tico-fogo era o tom
Pela sementeira em fios de cabelo.
Saudade ardente em brasa do perfume
Da garça fumaça de um fogão a lenha
Da boca de amora e da noite prenha
Deixando o sol corado de ciúme.
Saudade da fogueira de São João
Do cachorro ruivo e da comichão
Que subia de vergonha na menina
Que se pintava no espelho do lago
E arteira corria sexo sangue vago
Pelo urucum do galo da campina.
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