Soneto da partida
Pobre daquela alma que, só, morreste
Entoem a ela a elegia ainda da janela
Mas mais mísera aquela que ficaste
Velando o choro vermelho da vela
Uma se espalhava por toda estrada
Perdendo-se no desejo dos mórbidos
Enquanto outra observava desolada
A quebra dos fios dos destinos sórdidos
Ainda arde a chama fraca da esperança
Mas a morte vem assopra e não atrasa
E rasga em unhas negras a bonança
Luto. Piedade da alma que partiste
Cânticos de dor à falta que arrasa
E viva à saudade que nasce em riste.
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