Daniel Campos

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Soneto da mulher amada

A mulher de amor tem olhos de ilha
Um buquê azul de segredos guardado
E quebra o mar do medo em sua quilha
Exalando o perfume do pecado.

A mulher de amor tem boca versada
Embora não diga um verso sequer
No teu céu a migração da passarada
Que semeia suas sementes de mulher.

Há uma pedra, um abismo e uma parede
No meio do caminho do amor que laça
E enlaça o sonho em fiadas de sua rede

Mulher que transpira instinto intuição
Trai como reflexo, atrai como caça
E usa todo o poder de seu perdão.


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