11/02/2015 - Sol das quimeras
Salta de galho em galho
Desvia do estilingue moleque
Assusta-se com o pirralho
Abre as asas em feitio de leque
Responde ao canto da mulher
Oferece-se como bem-me-quer
Esconde-se no oco do pau
Toma banho na fonte
Passa por baixo da ponte
Faz ninho de retalho de jornal
Não sabe da inflação
Da gasolina, do apagão
Só sabe que tem de voar
Catando formiga
Só sabe que vai voltar
Com lombriga
De mais sol, de mais céu,
De mais musicalidade
Mas sabendo que amanhã
Haverá outra manhã
Pra matar a saudade
Fecha os olhos, as asas
E abre o peito em brasa
Que tanto amou a espera
Do divino sol das quimeras
Que ainda não lhe raiou
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