08/04/2015 - Seu descarte
Eu sou
O que você jogou fora
O que mandou embora
O que já não mais chora
Eu sou
O sonho que você desistiu
A sua esperança que partiu
Quem não caiu no seu funil
Eu sou
O que você já nem cobra
O que tirou como sobra
O avesso da sua obra
Eu sou
O que você não acreditou
O que você desconjurou
O que você me provocou
Eu sou
O que você de si não espera
A sua primeira e última fera
O seu nada, a sua quimera
Eu sou
O que de você já não almeja
O que seu coração aleija
E por você voa, rasteja e beija
Eu sou
A sua mais forte incoerência
O que você não teve paciência
O que resta da sua inocência
Eu sou
O que você um dia não quis mais
O barco que expulsou do seu cais
O seu lado ou fundo mais fugaz
Eu sou
O que você não deixou acontecer
O que ainda sem querer faz doer
O caminho que não quer percorrer
Eu sou
O que você decidiu retirar de si
O que você permitiu um dia partir
O choro que você ainda quer sorrir
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.