Raio
Quando os céus se nublam
Ela sobe os céus
Nos traços de uma descarga elétrica
Nos braços de uma carga poética
Seus olhos de granizo
E sua pele fresca
Dão o desenho que riscam
As nossas retinas
E nos fazem implorar por Santa Bárbara
De joelhos ao chão.
Em uma atração sem limites
Seu corpo
É atraído para o alto
E a terra
A liberta
E de tanta dor,
Grita em trovões
E em outras ebulições
De estrondos
Hediondos.
O brilho latente
Morre em menos de meio segundo
Mas é de uma intensidade
Que nos cega de prazer e loucura
Durante sua ascensão
Seu corpo quintuplica
A temperatura do sol
E atinge trinta mil graus celsius
E hormonais.
Para saber a que distância
A mulher amada
Está dos seus sonhos
Basta contar o tempo
Entre sua luz e sua voz
Divida tudo por três e não assuste
Se o resultado for quilômetros e quilômetros a fio
Afinal, distância e tempo
Não importam quando o assunto é a mulher amada.
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