Que dia é hoje?
Eu pensei que fosse domingo
E que você acordasse mais tarde
E saísse às ruas
Vestida de sono e outras bobagens
Tão naturais tão normais tão banais
Aos domingos.
Entre uma lembrança e outra
Reviraria as ruas desertas
A procura de um vulto
As portas das lojas fechadas
Os jornais se oferecendo nas bancas
As conversas sentadas num banco de jardim
E um trânsito que lhe possibilitaria
Andar pela rua
Em volteios
Que confundiriam os ponteiros
Do relógio da matriz.
E quando fosse quase meio dia
Seus olhos procurariam algo
Que saberiam não encontrar
Mas procurariam a fundo
E a cidade lhe pediria licença para dormir.
Cansada
Colocaria olhos de óculos de sol
Sorriria sem graça
E voltaria para casa
Com a certeza de que havia colhido
Em suas colheitas
O silêncio de uma espera.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.