Procissão da noite
O fascínio primoroso era o luar
Na suprema nudez do céu a despontar
Na rouquidão silenciosa do serenar
À noite, a noite vinha a caminhar...
Tuas estrelas afinadas a cantar
Ao som de profundos suspiros a tocar
Refinada no silêncio do serestar
À noite, a noite vinha a caminhar...
Fervorosa em um soberbo iluminar
Sua imagem na poça d?água a dançar
Na pura alma do silêncio a bramar
À noite, a noite vinha a caminhar...
Seu brilho exuberante vinha a cintilar
Invejando a luz dos olhos a olhar
No silêncio harmônico de um beijar
À noite, a noite vinha a caminhar...
A insônia boêmia vinha a espalhar
Junto à madrugada, esta a tragar
O silêncio de um nostálgico brindar
À noite, a noite vinha a caminhar...
Vendo a aurora prostrou-se a chorar
O seu canto era um amargo lastimar
O sol carrasco vinha a silenciar
E a noite? A noite ia a caminhar...
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