Pressupostos
Quando ela partir
Que vá sem quaisquer dizeres
E por maiores as perdas
Que seja o prazer de tantos pesares.
Que haja nos olhos o silêncio
Em lembranças do que fomos
E independente dos resgates
Que não digamos nada um ao outro.
Que haja todo e qualquer esforço
Para evitar os melodramas
E nos nossos guardados
Que surja apenas um sorriso avesso.
Que sejamos feitos de disfarces
Que se possível, não nos reconheçamos
E como farsantes, tentando se enganar,
Escondamos de nós mesmos.
Usemos todo o repertório de frases banidas
Que não conseguimos entender
E como parteiras vestidas de cegueira
Que não sejamos nada mais do que mãos.
Talvez as mãos sejam as últimas imagens
E os olhos os últimos conselheiros
Que irão manchar fotografias
Num encontro em preto e branco.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.