09/04/2014 - Por todas as luas
É certo: Hei de tê-la em mim por todas as luas
Num amor que vai além da carne do espírito
Irá abandonar tudo e todos, a ideia ainda crua
Tomará seu ser num amadurecimento lírico
E então ficará nua de toda insegurança
E correrá pelas ruas de mim feito a criança
Sem medo que vive pela felicidade virginal
Imediata, sem restrições ou incompletudes,
E no cruzar da lua visceral com a zodiacal
Soluçarei que a amei mais do que pude
E virá a mim solta com lábios lunares
E virá a mim louca por beijos lunáticos
E verá o quanto é amada por minha alma
E rirá de tudo o que passou e se fará calma
Abandonará todas as amarras e tristezas
Decretará o fim do recolhimento da paixão
E amará como sempre quis amar: plena
De sua dimensão, de sua sede, de sua beleza
E virá a mim poética, poesia e poema
Virá lua que flutua provocando querência
Pequena de físico e gigante de essência
Não importa quantos dragões terei de enfrentar
Quantos perigos ousarei viver; morrer ou matar
Não mais importa desde que eu seja vontade sua
Viajarei ao espaço pra beijar de versos seus ouvidos
Ofertarei meu abraço e serei seu astronauta despido
Perdido pela sua luminosidade sem falsa hipocrisia
Pois de amor vou vivê-la e de amor vou querê-la
Numa cólera de sentimento sem sossego dia após dia
Desejo-a como quem espera pela vinda do que cultua
É certo, ainda a terei para mim por todas as luas.
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