Poema da conciliação
Não,
Não me alarde
Ainda não.
Não,
Não é tarde
Demais
Para soltar os ais
Do seu porão.
Não,
A sua obsessão
Não se cansa
Não?
Ah, a esperança
Me alcança
E dança no salão
Da minha solidão,
Dança sozinha
Só minha
Feito abelha rainha
Que quanto mais ama
Mais chama
Para longe seu zangão.
Não,
Pelo amor de Deus
Do deus dos hebreus
Não seja tão atéia
A ponto de incendiar nossa colméia
Trocando o afago dos favos
Pelos parvos de dor.
Não,
Não se afogue no seu mel.
Não,
Não parta para outro céu.
Não,
Ainda há antúrios
Ainda há arranha-céus
Ainda há murmúrios
De uma luz
Que arde
E reluz
Na tarde
Que tarda
Parda.
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