Pés de ramos
No contrapé
Da realidade
Deixei a cidade
Da paixão
E me lancei
Em uma sonda
Às ondas
Da maré
Onde a imaginação
Da vida
É servida
Em postas
De canapé.
As costas
De seus pés
Levam-me pelas estradas de Viena
Em vielas
Em poemas
De cabriolé
Vou indo vou vindo
De leste a oeste
Pelas tabelas
Vou pela sua tatuagem
Nas voltas de uma carruagem
Feito cena
De faroeste
Vou trilhando os ramos
Floridos e coloridos
De sua Hena.
Com cheiro de café
Em calda de romã
Vou me tendo em seus pés
Virando noites e manhãs
Deixando-me nu
De amores e outros sabores
Como quem
Se perde entre o alguém e o ninguém
E em passos de maracatu
Quer mergulhar numa tela
Quer se jogar da janela
Numa queda livre
Como assassino de si mesmo
Como sonhador a esmo
Como o risco que sobrevive.
No contrapé
Da realidade
Lhe avistei e lhe achei
Do amor em caravana
Numa saudade
Insana e profana
Entre o sopé
E o igarapé
Dos meus dias
De forte e de morte
Como noiva indiana
Que enfeita os pés
Em sinal de boa sorte.
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