19/01/2014 - Pedido final
Quando morto
Peço que me vistam
Com minhas armas
De fé
Se bem convier
A alguém me atender
Não quero ser enterrado
Mas cremado
Com meu escudo
Com minha capa
Com minhas cores
De trabalho
Queimem
Meus olhos verdes
Minha boca muda
Minha carne pouca
Coloquem alguns poemas
Junto ao meu corpo
Para que as palavras
Escritas ardam
Juntas das ainda não ditas
Num só silêncio
Entre pele e papel
E que tudo o que fui
Em vida
Caiba num punhado
Do tamanho do coração
Que nunca gostou
De despedida
Cânticos? Rezas?
Só os mantras
Do templo, do tempo...
Nada de coroas de flores
Nada de velórios
Nada de choro
Apenas o fogo
Ateiem
De saudade ou alívio
Fogo
Ao homem do mato
Do signo do ar
E que as cinzas
Sejam lançadas
Pelos vales
Do amanhecer
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