Para além das ilusões
Para além das ilusões
Fui lhe encontrar
Submersa
Em olhares
Que se vão por lugares
Que nem mesmo se pode esperar.
Para além das ilusões
Os lábios ficam tristes
Porque a boca da saudade existe
E insiste em nos beijar.
Para além das ilusões
Nada é para sempre
Só há o usufruto do presente
Num canto abandonado
Raiando num mar desacordado
E sem luar.
Para além das ilusões
O criador deixou de ser autor
E se fez ator
Do próprio destino
E no lugar da flor da rosa
Nos canteiros nasce a cruz
De se pregar.
Para além das ilusões
Os poemas desdão os braços
E correm desesperados
Por um espaço
Onde nem mesmo os apaixonados
São capazes de rimar.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.