Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
Papel crepom

Céu azul
Sem graça
Sem aviões
Sem fumaça
Esparrama-se
Solitário
Pelos pontos cardeais
Dos casais
E corta como vidro.

Céu azul
De tão sozinho
Tenta se jogar ao mar
De golfinhos
E se arranha nos prédios
E se desfigura
E sente um mal estar
Uma ressaca
Uma tontura de solidão.

Céu azul
Campo aberto
Infinito
Que se recolhe
E se encolhe
E escorre
Feito chuva seca
Sob o corpo da mulher
Feita de papel crepom.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar