Papel carbono
Eu abono
A sua falta
Eu, papel carbono,
Tenho seus gestos
Nas minhas línguas,
Tenho seus gostos
Nos meus braços
Embora a falta dos seus abraços
Tragam-me ínguas
De saudade
E você ainda diga
Sem parar, com todos os apostos,
Que eu
Que eu não
Que eu não presto
Para ser seu par.
Você que não tem dono
Que me perturba o sono
Não admite
Não permite
Um papel carbono
Que rouba o seu mundo
Todo dia
Só para ser segundo a segundo
Mais e mais
Poeta em sua poesia.
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