Palmos daqui
Foge do pôr-do-sol
Esconde-se em fumaças
Não ouve mais os grilos
O estralar de um canário
A chuva caindo nas telhas
Da parede de meia.
Por mais que se emudeça
Não consegue a quietude
Não anda descalça pela terra
Ao olhar pela janela
Não vê muito além de alguns palmos
Tem os punhos soltos
E a alma prisioneira.
A rosa não é mais rosa
O horizonte não é mais azul
A lua não é mais branca
Tudo tem o tom pastel
Dos papéis
Que guardam letras desbotadas.
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