Paisagem indefinida
Os fios elétricos dos postes
Riscam o céu com suas linhas
Negras cortando as nuvens inchadas
E sozinhas
Que são trazidas no colo do vento
Como bem amadas.
Vento que sacode as folhas
De uma arvorezinha qualquer
Vento que venta um verde-azul
Na saia rodada
De uma mulher do sul.
E no inferno do último monge
A minha vista se perde ao longe
Para além dos postes, dos fios
Das folhas, dos arrepios, das nuvens.
Por detrás das coisas mal vividas
Dessa aquarela de cores indefinidas
Vejo o tempo
O tempo em olhares de ferrugens.
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