Olhos azuis
Se a folha amarelada é outono
Se a renda esverdeada é primavera
Se o branco vazio é inverno
Se o vermelho é verão
Se a negridão é noite
Se o rosa é a boca de outra
É porque deve andar por perto o azul
O azul do azul no azul.
O amarelo flutua no azul
O verde brota no azul
O branco se preenche de azul
O vermelho se estanca no azul
O negro se afoga no azul
O rosa volta para o azul
O azul do azul no azul.
O azul que entristece o amarelo
O azul que desfolha o verde
O azul que mancha o branco
O azul que enciúma o vermelho
O azul que esconde o negro
O azul que escorre o rosa
Pelos suspensórios
De um deus pintor.
E o mesmo azul
De tantos tons
Nasce
De ondas
De sopros
De chamas
Na cama
De olhos
Azuis
Ainda
Seminus.
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