31/12/2016 - O tempo do novo
E no findar da última página do diário:
Que o novo ano seja, de fato, novo
Novo não só na virada do calendário
Mas novo a cada mês, dia, segundo
Do mundo que está por vir.
Se já ama, faça do seu amor aí
Um novo amor a cada beijo
A cada olhar, a cada desejo
Saindo da rotina para o sonho.
Se está sozinho, que encontre
Novos e bons motivos, suponho,
Para estar e caminhar junto,
Em conjunto e com assunto.
Deixe o ontem no ontem
Para que o novo possa chegar
E acessar o seu eu interior
Abrindo novos ciclos e fases,
Construindo novas bases
Para viver o melhor do amor.
Pode continuar na mesma casa,
Mesma escola, mesmo trabalho
Mas se o novo estiver contigo
Como semente ou centelha
Poderá criar asas, atalhos
Abrigos de poesia na realidade.
E poesia é bem o que queremos
Hoje e todo dia, novas poesias
Onde a fantasia do impossível
É possível. No novo, veremos
Pedra se transformar em estrela
Saudade passar a ser motivação
E o medo não ter mais razão.
Aceitemos a alquimia
Do novo que se renova todo dia
Em todo ser, em toda criatura
Permitamos que o novo chegue
Aos corações e se aconchegue
Numa surpreendente aventura.
Que vivamos o inédito nos trechos
Das histórias conhecidas ou não
Histórias novas ou contadas
Com novos começos e finais, eixos
E vírgulas, reticências e imaginação.
Eis a última página do diário poético:
Que amanhã seja tudo mais inédito
Mas para isso, pra não ter enguiço
Veja e assuma a direção da sua vida
De modo que o tempo do novo esteja
Sempre de chegada, jamais de partida.
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