Daniel Campos

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O sorriso da mulher amada

De repente, acontece.
Seu sorriso nasce como uma explosão nuclear
Em frações minúsculas de tempo, infesta o seu rosto,
Espalha fragmentos de sua alegria em lábios desertos
E transforma o maior dos invernos em flor.
Tão logo sorri,
A temperatura do seu corpo se eleva em pelo menos dois graus centígrados
Seus pulmões se distendem ao máximo deixando a respiração mais longa
Seus pensamentos dançam como se fossem enamorados
E olhares se ferem na beleza radioativa do seu sorriso.
Quando sorri,
Seus cabelos tentam se apoderar do seu riso,
Que solto, veste os contornos da sua boca
Até transbordar.
Então, o sorriso
Escorre pelas suas costas
Brinca em cada vértebra sua
Escorrega em suas pernas
E quase se acaba no chão.
Sorriso este que lhe toma
Tatua sua pele
E brilha
Brilha demais
E se desfaz
Ao dormir em seu colo.


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