Daniel Campos

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05/04/2015 - O sacrifício do coelho

E se o Coelho da Páscoa se apaixonasse
Numa paixão que o arrebatasse
Os ovos de chocolate seriam destinados
Todos, todos, todos, à coelha amada
Triste sina desse coelho
Que para levar a Páscoa ao mundo
Precisa negar seu sangue vermelho
Fugindo do amor raso e profundo
Porque nunca se sabe onde está
A paixão que o faria largar sua missão
De criar e entregar ovos à civilização
Simbolizando paz e ressureição
Quando seu coração está vazio
Todos querem os ovos recheados
Mas ninguém pensa no frio
Da solidão que o ataca em sua toca
E no que tudo isso nele provoca
Egoístas, escravizam o coelho
Como se ele fosse o culpado
Pela morte do filho do criador
Sendo pra sempre condenado
A viver dobrando seus joelhos
Pulando lá e cá para entregar
Os ovos da sua redenção
Até quando saltará o próprio amor?
Como fica, ficará a coelha amada?
Até quando ele resistirá à paixão?
Não há respostas ou explicação
Enquanto houver ovos pela estrada
É indício que o coelho dá cumprimento
A sua missão, ao seu sacrifício
Abrindo mão do seu próprio sentimento
Rezem, rezem, rezem pelo coelho
Para que ele ainda negue ou se entregue
À natureza do seu sangue vermelho


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