18/01/2015 - O lastro do tempo
Por onde passo, eu, o tempo, deixo um rastro
Do que podia ter sido e não foi
Entre o que fica e o que segue há um lastro
Muito tênue entre as dimensões
Temporais repletas de senões
Eu não tenho começo, meio ou fim
Mas tudo o que toco, provoco
Um temporal inteiro ou um lapso
Na vida, no sonho, na luta
De uma Iolanda ou de um Serafim
Por onde passo
Entorto até corações de aço
Transformo vinganças em festim
Dou enjoos, ânsias até nos marinheiros
Mais experientes
Faço da metade o inteiro
E dos inteiros os estilhaços
Vingo a semente
Sou o que está por trás
Do presente e do ausente
Junto e separo casais
Faço nascer e morrer em meus labirintos
A todo instante
Elevo pequeninos, tombo gigantes
Pinto e bordo com os destinos
Sou o ontem, o agora e o avante
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