Daniel Campos

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O azul

Quando me deste
O azul da sua veste
Para que pudesse sonhar
Ao ver um vestido sem contexto
No corpo de outra sem pretexto
Só pelo prazer
Só pelo sofrer
De vê-la se multiplicar.

Nunca imaginara
Que eu o reservara
Num aquário
Feito saudade de antiquário
Só para revê-lo em seu manequim
Durante anos e tempos a fim.

Azul se abdicara do azul
Azul me entregara o azul
Dança toda de branco
Toda sem graça
Anda pelos flancos
Toda de rosa
E formosa
Olha e disfarça.

Dorme amarela
O sono da farsa
Pensara em se afastar
Não mais me ver
Mas não resistiu
E fugiu
Para reaver
E se entregar
Ao azul em alma azul
Ao azul pungente azul
Ao azul azul ah o azul.


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