Daniel Campos

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Navio fantasma

O mar chama
E o barco
No arco
Da vida
Ameaça
Partida
As velas
São acesas
As telas
Estão à mesa
Enquanto
Porquanto
O céu de cor
Embaça
Na fumaça
Do vapor
O carvão
Ainda queima
O timão
Ainda teima
O mar se abre
No convés
E a lua cabe
No viés
De um decote
Que dá o mote
De mil ausências
Ao estibordo
E mil penitências
Ao bombordo
Na proa
De um albatroz
À toa
O marinheiro
Prisioneiro
Dá os nós
Que põe a sós
A mulher
E o ectoplasma
De netuno
Que num momento
Oportuno
Pede-lhe um tempo
Mais navio
Mais bravio
E menos fantasma.


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