Mulher incógnita
A mulher incógnita
Deita-se sobre palavras
Escapando-me seus olhos.
Repouso a mão inquieta
Em seu rosto cabisbaixo
Por um instante
Invado seu colo
Não que o decote na imagem tenra de seus seios
Seja exacerbado
Mas insinuante e convidativo.
Fico ali, sem pensar no que lê
Onde corre
E por onde escorre sua visão.
Seus braços tomados pelo sol
Parecem desarmar na mesa
Com gestos quase despercebidos
A boca calada não diz nada
Nem contos eróticos
Nem contos de fada.
Ela não permite que eu adentre seus pensamentos
Será que pensa que anda pelas ruas da cidade
Olhando vitrines
No momento das mandíbulas
Se encontrarem
Sem mais preocupações
Será que anda, mesmo ali parada,
Sentada, tendo as mesmas pernas nuas
Que vejo entre cadeiras e livros
Que falam de dragões e luas.
Os cabelos lambem o queixo
Dão fragilidade àquela criatura
De sobrancelhas
Cujas centelhas
Chicoteiam
De faíscas
As pontas
Das mais atrevidas estrelas
Que de amor andam tontas.
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