Mulher do olimpo
Quem é a mulher
Que numa felicidade de dolo
Veste seu rosto de incerteza
E se invade de outras tristezas...
Mulher que não se seduz ao choro
Que ostenta as marcas da casualidade
Derramado por qualquer olhar triste
Como aquele de uma simples saudade
Que se deleita em lágrimas banais
Aos que nele persistem...
Quem é a mulher que chora o próprio encanto
E oferece sorrisos ao acalanto
Desprendendo-se da miséria dos mortais...
Quem é a mulher que conduz as lágrimas
No contraste que escorre os cabelos negros
Impondo-as ao arrependimento da morte em seus seios
Sem o perdão maior do desassossego...
Quem é a mulher que implora o pranto alheio
Buscando e aprisionando algumas lástimas
Na fragilidade de um choro vertido
Que solitário agoniza enrustido
Nas queixas de um improviso...
Quem é a mulher que se atira ao vento
Em um mesmo estado de tempo
Os vitrais da dor e da ventura
Numa ausência de siso
Contrariando a natureza
Na imagem de angústia e ternura
Estampada como uma canção
Na mulher que turva um olhar ao pranto dolente
Na mulher que curva um olhar à alegria inconsciente
E que se faz mulher sem mais explicação...
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.