Daniel Campos

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Morte aos sonhos

E se a mulher amada não lhe olhar com os olhos que deseja?
E se a mulher amada não lhe doar os lábios num sorriso?
E se a mulher amada lhe ignorar num ato nunca imaginado?
E se o pessimismo for tomado no cálice da mulher amada?
E se o sentimento cultivado não existir na mulher amada?
E se a decepção brotar dos seios da mulher amada?
O que fazer?
A razão lhe atormenta! A alma emudece!
Implorar ao primeiro Deus?
Alimentar o esquecimento?
Coroar a dor?
Deixar morrer os sonhos?
Cala o meu canto de louvores ó mulher amada!
Cala quem sempre lhe proclamou ó mulher amada!
Cala-me no devaneio do seu ventre ó mulher amada!
Ó mulher amada sepulta-me na sua falsa imagem!
Ó mulher amada finca o desprezo em meu peito!
Ó mulher amada exponha ao mundo a ilusão da mulher amada!
Não há o que fazer!
A razão emudece? A alma lhe atormenta?
A mulher não merece preces!
Lembranças!
Tampouco sofrimento!
Deixa morrer os sonhos?!


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