Morada
Em minhas veias, ecos longínquos
Uma casa branca com janelas de madeira
Uma varanda na quase luz das luminárias
Uma rede num balanço sozinho
Dois olhares boiando na piscina
Uma figueira, um jatobazeiro, um angico
Algumas roseiras sem rosas
E a grama verde engolindo o terreno
Uma touceira de bambu no tombo do vento
Vaga-lumes nos holofotes das sombras
Nas árvores, os olhos calmos de corujas
Na sala de jantar uma mesa pequena
Duas taças de champanhe
E um violino escondido atrás das cortinas
Quadros e mais quadros
Um castiçal com três velas acesas
Uma cheia, uma crescente, uma minguante
A outra, a nova, envelhecia no céu
A lareira acesa, as brasas vermelhas
E os estalos da madeira ardendo
De repente, um bater de porta
Latidos grunhidos gemidos
Quase dez horas da noite
Estranhamente não estranho
Afinal era o boa-noite
De quem tinha que partir.
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