Daniel Campos

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Moenda

Mói
Em moendas
De moedores
As fendas
Dos prazeres
E as dores
De cálculos
De uma ilusão
Que derrama
Sua renda
Como uma oferenda
Aos oráculos
Da imaginação.

Mói
E remói
E corrói
E destrói
A sensação
De que
Um coração moído
Sempre está
E estará
Entre o sim
E o não
Entre o fim
Do rio
E o arrepio
Da próxima embarcação.

Ah! Me mói
E me assunta
Ah! Me remói
E me junta
Num mesmo pó
Moí,
Mas me mói sem dó
A cada repetição
Das batidas
Do pilão
Do destino
Mói,
Mas me mói sem dó
A cada volta
Das voltas das pás
Que a vida
Numa reviravolta
Volta e meia
Dá.

Mói
Mas me mói sem dó
A cada chegada
A cada partida
Do vento
Em suas carruagens
Ventos de idas
E vindas
Que ventam a ilusão
E movimentam
As engrenagens
De um coração.


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