Meses
Lembra da minha boca
Tempos atrás
A lhe falar
Na língua
Dos desejos?
Naquela época
O silêncio
Era um bom rapaz
Que se calava
No calor dos nossos beijos.
Não existia solidão
O amanhã era nosso refém
E a saudade
Era só mais uma estação
Nos trilhos
Do trem
Do destino.
E por falar em destino
Onde anda o nosso menino
Será que ele chora
Enquanto a gente se vai embora?
Ou será
Que ele vive sorrindo
Todo seguro
De si?
Achando que nós
Os românticos
Somos bobos
Que não sabem
Que a felicidade
É só questão de futuro
E o futuro é logo ali
Lembra da minha boca?
Creia que ela está por perto
Numa espera que já se torna
Tão pouca
Lembra que a minha boca é feto
E não é morte
Lembra
Que a distância existe
Mas a esperança
É mais forte
Lembra
Que a poesia insiste
Que a poesia resiste
Que a poesia avança
Ah! Lembra
Lembra da minha boca...
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