Lavouras
Eu lavoro
Lavouras do medo
Compro as sementes
Na venda dos seus olhos
E as enterro em mim
Cuido delas
Desde cedo
E mais tarde
As entrego
Tão doentes
A minha alma fértil...
Os medos crescem
Ficam viçosos
Mas em mim
Cresce uma praga
Que poda
Amarela
E sufoca o medo
Deixando-o fraco
Quase morto
Em minha alma fértil.
Eu sou lavoura
De medo
Semeado
Capinado
E vigiado
Mas nas linhas
Dos alqueires
Da minha alma fértil
Dá igual maria-sem-vergonha
Uma erva daninha
Chamada amor.
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