Daniel Campos

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23/06/2014 - Jeito do mato

Eu tenho esse jeito do mato
Essa alma, de fato, caipira
Tenho seiva nos olhos
E água do ribeirão nas veias
Eu tenho pulmão de corruíra
E um retrato verde no fundão
Das retinas
E um cardume de lambari
Beliscando meu coração
Tenho pé de vento
E mão de violeiro
Vejo a lua como uma menina
Sinto o seu perfume
E a ela faço minhas toadas
E a chamo de namorada
Dando-lhe um buquê de vagalumes
E meus passos nesse estradão
Toda vez que a saudade
Galopa riscando faísca
No pavio do meu lampião.


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