Filha de eva
A mulher que come uma maçã finge estar sozinha
O movimento dos músculos faciais
Os volteios do maxilar
O balé da língua
E os cabelos caem coloridos
E os olhos se olham azulados
E os brincos se dependuram verdes
As unhas sem esmalte cravadas no vermelho da maçã
E nessas cores e nesses movimentos existe toda uma lentidão
Quase que um ritual
Um ritual poético
O gosto da maçã impregna a boca da mulher
E biblicamente, a mulher se transforma em pecado
E todas as vontades ao seu redor são vontades de pecar.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.