Daniel Campos

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Fadas, duendes e afins

De quem são os meus dramas?
De quem são as minhas tramas?
De quem são os meus roteiros?
Eu queria ser atriz, bailarina, cantora
Morar no fim do mundo
Tendo o horizonte como uma promessa
A mais debaixo do meu travesseiro
Mas ora essa
Meus olhos fundos
Me dizem o quanto sou amadora
Em meus sonhadeiros
Antes de partir
Queimei meus veleiros
Fechei minhas janelas
Matei minhas donzelas
De quem são meus maiores enganos?
Minhas perdas? Meus danos?
De quem são meus sorrisos
Ausentes de juízo?
De quem são os penetras da minha festa?
E quem me espiona por detrás da fresta?
De quem são as chamas dos meus círios?
De quem são as damas dos meus lírios?
De quem são?
De quem são meus dias
Carentes de poesias?
De quem são meus dias de ampolas?
De quem são meus dias de papoulas?
De quem são
Meus choros de cebola?
De quem são
Meus castigos de crioula?
Ai, de que são
Meus dias
Minhas alegorias
Minhas fantasias
Minhas folias
De menina?
De quem são minhas camas de messalina?
De quem são minhas luas de cocaína?
Ai, não sou eu que estou
Ai, não sou eu que me sou
Ai, não sou
O que têm sido
Meus dias
Ai, o que são
Meus dias?
Ai, do que são
Meus dias?
Ai, aonde estão
Meus dias?
Ai, por onde vão
Meus dias?
Ai, de quem são
Meus dias?


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