Eu e a solidão
Caminho nas ruas soturnas
Ando só, sem viva alma
O breu e o frio são paisagens noturnas
O vento cortante sopra sem calma.
A chuva debruça-se sobre a escuridão
Escondida, a lua chora descompassada
Por culpa de algum ingrato coração
Que não a quis como celeste amada.
Eu vago junto à desesperança
Os botequins fecham suas portas
Não há barulho de nenhuma criança
Só os gemidos das horas mortas.
Nos guetos estão os cães sem raça
Não há casa com frestas de luz
Nenhum bêbado faz graça
Fechadas também as portas de Jesus.
A luz das ruas somem no ar
O manto negro cai sobre mim
Só o olhar de uma coruja
Numa luz suja se põe a me iluminar.
Meu corpo é consumido pela amada
Mas continuo o meu vagar sem fim
Procurando meu orgulho na enxurrada
Que levou o que restava de mim.
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