Daniel Campos

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Esperitude

Quando der
E se puder
Que venha logo
Pois eu a rogo
E a confesso
Que a espera
É uma fera
Que eu não peço
A ninguém
Que me convêm

E assim
Eu espero
O fim
Do lero-lero
De uma sabiá
Que se exaltou
E em sua loucura
A toda altura
Cantou
Seu desejo
De nunca mais
Me ter perto demais.

Eu espero
Como Nero
Esperou
O perdão de um império
Eu espero
Num cemitério
De lembranças
E vem o vento
Da bonança
Dizer que não presto
E tudo mais
É resto.


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