Ébrio de ilusão
Ela, coberta de disfarces, diz sem dizer
Disfarces onde a distância não permite o desnude.
Esconde-se em si e não há o que fazer
Exceto tentar acreditar em suas desculpas
Porque, quando longe e sem olhos, enche-se de desculpas.
Desculpas que ficam mais fortes durante a noite
Quando da euforia da expectativa
Faz-se o encontro com a voz.
Acontece o silêncio
Talvez ao tentar entendê-la
Somente pelas palavras, ditas inéditas,
Os sentidos, cinco ou mais, caem na exaustão
Daí o silêncio que parece o mesmo
Mas não o é.
O corpo, cansado, esvazia-se de palavras
Não que ela roube as minhas palavras
Mas é uma espécie de hipnose, de entontecido
E dentro do silêncio dos sentimentos
O silêncio age como uma espécie de transe.
Não sei se deveria, mas me faço silêncio
E entre tantas palavras, ela, de propósito, faz-se silêncio.
Um silêncio que permite dizer que ela, absolutamente, ela
É a dama das palavras e também do silêncio
Ao posto de calar quem vive de palavras
E embriaga de sentimentos quem julga conhecê-los.
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