Dualidade
Outra vez,
O cinema reprisa
Um filme que não valeu,
O mar tece a brisa
No aroma que se perdeu,
O tempo pede outra semana
E ninguém consegue saber
Por onde desliza
Ana Luisa.
Ana,
Já pedi pra cigana
Contar-me de você
Mas as linhas da solidão
Não são as linhas da sua mão
Dá sua mão, Luisa
Se materializa
Então, me chama
Ah! Me avisa
Pra ver a tarde profana
Onde seu corpo faz divisa.
Ana Luisa,
Procurei pistas
Perdi a razão de vista
Segui estrelas suburbanas
Pelo céu onde você pisa,
Ana Luisa
Passei no florista
E fui chegar
No sétimo mar
Onde o último pirata
Ainda se engana
Por causa de Ana,
Ana Luisa.
Luisa,
O mundo improvisa
O mesmo tema,
Outro poeta exorciza
Um novo poema,
O amor fica de cama
E ninguém consegue saber
Por onde desliza
Ana Luisa.
Observação do autor: O poema tenta transformar a Ana de Amsterdan, de Chico Buarque, e a Luisa, de Tom Jobim, em uma só mulher.
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