Domingos tão longe de mim
Há de chegar o dia
Em que eu não precise
Velar
O finzinho dos domingos
Em uma varanda
Ao lado
De um disco
De um copo
De um amontoado
De pensamentos
Que voam longe
E tão longe de mim...
As varandas ao meu redor
São vidros entreabertos
São vasos de flores
São varais de roupas
São brilhos de televisão
São pedaços de outros laços...
As varandas ao meu redor
São vidros trincados
São vasos deixados
São varais quebrados
São brilhos apagados
São laços de outros pedaços...
Ao redor de mim
Um espaço métrico
Poético
Patético
Uma varanda
E são meus sonhos
E são minhas lembranças
E é uma solidão
Que não é minha
Chegou sem endereço
Sem preço
Sem começo
E ficou...
Há de chegar o dia
Em que esse amontoado
De pensamentos
Não precisem voar longe
E tão longe de mim
Feito pássaro sem dono...
Há de chegar o dia
Em que vou exorcizar
A tristeza do finzinho
Dos domingos
Nas costas sagradas
De uma mulher
Que consagrada se foi
Só pelo prazer de voltar...
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