16/07/2013 - Dias de dor
Há dias em que a vida é mais dolorida do que de costume
Dias em que corpo, alma e espírito doem
Sem alternância, constância e de forma ininterrupta
Medidas que ultrapassam em muito nossa capacidade
De suportar, de enfrentar, de superar
Dores e mais dores
Físicas ou cármicas,
O ar entra dolorido pelos pulmões
A tontura generalizada nos leva a bailar ritmos desconhecidos
O coração bate dolorido, como se tivesse apanhado
Aliás, ao contrário de sangue, as artérias e veias
Parecem carregar espinhos
Sinto como se um punhado bem caprichado de arroz-do-diabo
Circulasse por todo o meu eu
Hoje amanheci espinhado
Procurando culpados por estar existindo dolorosamente
Por todos os sentidos e direções
Vontade de ir para o mais longe possível
Vontade de pular da primeira ponte
Vontade de gritar por deus a toda hora
Vontade de ser jogado e esquecido em algum canto
Vontade de não falar com praticamente ninguém
Vontade de baixar a guarda
E permitir que o primeiro que lhe ofereça lhe carregue
Vontade mãos e beijos curadores
Vontade de escapar do que se mostra sem escapatória
Vontade de essa dor toda criar asas
E sair por céus ainda não prometidos.
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