Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
Diante da mulher amada

Diante da mulher amada
Terremotos e maremotos
Furacões e inundações
Ocorrem no mundo
De dentro de mim
Há uma mudança
De polaridade
De realidade
De idade
O momento é outro
O sentimento é outro
E o tempo é morto.

Diante da mulher amada
Tenho pernas
De menino
E saio correndo descalço
Dançando pela chuva
Quando vem aquela vontade
De comer fruta madura
No pé
De pular de asa delta
E de roubar um beijo
Ainda só sonhado.

Diante da mulher amada
O abstrato é concreto
E o concreto é um teto
De estrelas
Há uma outra temperatura
Há uma outra pulsação
Há uma outra loucura
Há uma outra pigmentação
Há uma outra tontura
Há uma outra ebulição
De sensações
Emoções
E impressões.

Diante da mulher amada
As mitocôndrias
Dançam com os neurônios
E os cromossomos trocam de lugar
E a linha genética é alterada
E há uma evolução e uma involução
Provocada pelo amor
Demais.

Diante da mulher amada
A vida, o mundo, o grão,
O universo, o sentimento,
As profundas do coração,
E os píncaros da razão,
Olhos, palavras e pernas,
Saudades, luas, mentiras,
Gestos, ventos, sonhos
E pesadelos...
Nada é constante
Tudo é mutante.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar