18/07/2014 - Dez poeminhas
Eu não me enganei
Em parte
Ou no todo
Eu amei
Amo e amaria
Novamente
Com arte
Quem me levou aos céus
E ao lodo
Com a mesma intensidade
***
É desesperador
Quando se busca consolo
Para o colapso de um amor
Por entre nuvens de confrei
E um anjo lhe diz
Eu avisei, você não escutou
Sonhou, sonhou, sonhou
E agora o sonho quebrou
E não há como ser feliz
***
Como pode trair
O que sempre quis perto
E fugir e fingir e esvair
Por um triz
Abrindo-nos um deserto
***
Estou orgulhoso de contente
Por você não ter me escolhido
Afinal, não podia correr o risco
De transformar a loucura do amor
Num amor sem aventura...
Ah! Não consigo ser convincente
***
Como pude me apaixonar
Por tão fraca criatura
Que de amor medra
E antes de voar, baqueia,
Recua temendo a queda
Faltou coragem
Sobrou molecagem
***
Juízo
Pra que preciso
Se o amor
É impreciso
E nos faz
Indecisos
Entre a presa
E o guizo?
***
Como será
Que vamos estar
Daqui a vinte, trinta, quarenta anos?
O que será
Que nos vai restar
Com você desmanchando os planos?
Assumirá
A saudade
Ou vai fingir que há sol na tempestade?
***
Queria agora
Uma hora
Com seu travesseiro
Para que pudesse me contar
O que já sabe
Meu corpo inteiro
***
Amar uma estrela
É compreender
Sem entender
A necessidade
De viver a distância
Entre terra e céu
Entre luz e escuridão
Sem ver nisso
Autocrueldade
***
E brincou
Com o que levo mais a sério
Se revelou
Futuro do pretérito
Foi menina
Quando eu queria mulher
Foi mulher
Quando eu a previa menina
Comentários
Dez poemas? Você é um fofo *=*
O amor que você escreve é algo fora de série.
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