30/03/2015 - Cortação
Corta
Bem entre o passado
Que ainda não foi
E o futuro que já vem
Corta a lembrança
Daquela criança que dói
E a lambança
Da saudade que corrói
Corta
Sem dó ou piedade
Qualquer
Nó
Que impeça a vida
De correr,
Acontecer,
De valer
Corta
E não se importa
De cortar
As malhas
Do destino
Para juntar
Suas linhas
Aos versos meus
Num emaranhado
Sem adeus
Corta, corta
Corta
Toda e qualquer porta
Que se fecha
Ao que nos une
Corta
Pois a galha morta
Só brota
Quando cortada
Corta
Pois a galha torta
Só volta
Quando cortada
Corta
Pois os fios
Das nossas malhas
São como rios
Que quando se dão
Juntam suas águas
E correm adiante
Sem perguntar
Se sim ou se não
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