Daniel Campos

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Corpo Negro

Passos tortos e solitários
Tentam se enganar
No medo e na vontade do encontro
Desespero, surpresa, sábado...

O corpo negro debruçado ao chão
O corpo negro e mais nada
Não guarda a calma dos que dormem
Apenas o silêncio dos que não dizem adeus...

O dia se faz negro mesmo azul
A mão não desliza em seu rosto como antes
O corpo estático e frio
A vida em movimento se perde na lembrança
Estampada num borrão negro na paisagem...

A tristeza pare o pranto num sofrimento amargo
E trôpego
Devolvendo a vida
Que pouco a pouco foi entregue
Para aquele vento negro
Que não traz mais sua voz
Voz que poucos entendiam...

O último escorrer de mãos
E as costas se voltam para o corpo negro
Que volta
Para a própria terra que brota negra...
E nos volteios daquele sábado
Passos incertos e saudosos
Tentam encontrar
Dois olhos caramelos entre tanta negridão...


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