Contradança
Quando ela lhe pedir para ir
Que não aceite num primeiro momento
Mesmo tendo contra si a própria vontade
Controle-se e tente se enganar
Só depois, quando ela mudar de olhos
Diga que sim, sem ela perceber que notou a mudança
Mas ela terá certeza, mesmo assim, que notou
Mas não precisa certificá-la com palavras ou coisas do tipo
Então vá e faça da companhia dela
A última companhia de sua vida.
Esqueça todas as outras
Que se foram e estão por vir
Tenha-a como única companhia
Pouco a pouco, gesto a gesto, palavra a palavra
Faça-a sentir como nunca esteve
Envolvendo-a de mimos
E não se importe com exageros
Não há exageros
Nas cruzadas do amor.
Faça-a se sentir amada
Mais amada do que ela possa imaginar que foi
E no ápice desse amor
O ideal é mudar o caminho, a direção, o rumo
E deixá-la a sós
Sem dizer por que se foi
O melhor é ir, para longe, em passos largos
Mas como sei que não terá coragem de fazê-lo
Que faça da boca dela
Um cálice de adeuses não ditos
De encontros e desencontros
Ainda não nascidos.
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