Daniel Campos

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Confessionário

Aos teus pés, ò mulher amada
Estrela do dia, da noite, da madrugada
Confesso-te como minha alteza
A mais nobre das criaturas
Aquela que me faz capaz de qualquer baixeza
Para conseguir um único gesto
De tua ternura.

Confesso-te que da forma mais pura
Fura o meu pensamento
E me obriga a cometer um incesto
Ao amar-te desesperadamente
E infinitamente sem fim
Num sentimento
Que nunca dorme
E me consome
Tão logo sem demora
Devora um pedaço de mim.

De joelhos, ò mulher amada
Mais amada do que qualquer amada
Possa ser sonhada
Tens-me como refém
Como bem lhe convém
Confesso que para saberdes
Deste amor
Basta uma autópsia
Em meu peito
E verás que meu coração
Pulsa como uma flor
Tóxica,
Com espinhos rosas e pétalas verdes,
Que é capaz de envenenar-te
Só para serdes meu último leito.

Ah! Mas se te envenenares
Como iremos arrumar nossas malas
E lá dentro colocar todas nossas falas
De eu te amo e te proclamo num amor demais
Para então partirmos para marte
E de uma vez por todas
Amarmos-nos em paz?


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