Champanhe
Que os olhos da mulher amada
Tenham a violência
De uma espada
Para decepar um champanhe
Num golpe fatídico e glorioso
Digno de pavor e louros
E que dessas borbulhas nem doces
Nem amargas
Ascenda a combinação
Vermelha e amarela
De um amor-perfeito.
Que haja algo de diabólico
E de ângelus
Na garganta
De quem decanta
Esse sentimento
Que ferve gélido
Como um vulcão
Ártico ou antártico
Entre a sua vitória e a sua derrota.
Que haja uma correnteza
De suores
Internos e externos
Derivados do choro
Do prazer e do ódio
E que nessa cor corrente correnteza
Chamada mulher amada
O ser que a ama
Seja asfixiado
Por uma flor
Que de amor é vermelha
E que de amarela é perfeita
E como champanhe se estoura
Em polens e borbulhas.
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