23/02/2015 - Ceci e Peri
Ama-me como os polvos
Com tantos braços a me pegar, a me segurar para você
Ama-me como as moscas
Fazendo amor em pleno voo esquecendo-se da morte
Ama-me como a fé do povo
Que lida e acredita na vida mesmo com ela doída e partida
Ama-me como as moças
Que esperam por seus príncipes encantados em linces alados
Ama-me como os pinguins
Caminhando e esperando por um só amor que vai ficando
Ama-me como os clarins
Que cruzam suas notas pelo horizonte embrenhando na fronte
Ama-me como os tigres
Que entre rosnados e listras expõem corações arranhados
Ama-me como os livres
Que comemoram, oram e choram por poderem ir e vir
Ama-me como os decotes
Que levam os olhares que beijam para onde desejam
Ama-me como os italianos
Entre massas e molhos, entre ragazzas e voglios
Ama-me como os botes
Entre retas e curvas, entre quedas de sóis e chuvas
Ama-me como os tiranos
Prendendo-me em suas masmorras, em suas zorras
Ama-me como os colibris
Com direito a beijos de língua e mil posições sem íngua
Ama-me como os guaranis
Sob as bênçãos de Tupã ao amor de Ceci e Peri
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